1. Tudo por causa do petróleo.
O petróleo é essencial. O petróleo vem se tornando aos poucos vez mais escasso.
Qual é a importância geopolítica do Oriente Médio em relação ao capitalismo global?
Quem controlar o Oriente Médio controlará a torneira global do petróleo, e quem controlar a torneira global do petróleo poderá controlar a economia global, pelo menos no futuro próximo.
A formação de Estados na região ocorreu em larga medida como um efeito colateral do Acordo de Versalhes depois da Primeira Guerra Mundial. Esse acordo traiu os interesses árabes e impôs uma configuração de Estados que refletia os interesses imperiais britânicos e franceses. Essa configuração poderia ser vista como anacrônica e ineficiente
Interesse geopolitico dos EUA no Oriente Médio.
Domínio indireto.
Ações declaradas e encobertas na região durante a década de 1950. Derrubada do governo iraniano democraticamente eleito de Mossadegh, que nacionalizara companhias de petróleo de propriedade estrangeira.
No final da década de 1960, EUA comandam exclusivamente a região através de seus Estados representantes, o Irã e a Arábia Saudita. Israel torna-se um posto avançado do poder norte-americano por procuração.
Boicote do petróleo pela OPEP em 1973 e a queda do xá do Irã, em 1979, tornaram insustentável essa solução do domínio indireto por meio de distantes representantes.
Domínio Direto
Doutrina Carter segundo a qual os Estados Unidos não permitiriam em nenhuma circunstância a interrupção do fluxo de petróleo do Golfo.
Compromisso de manter aberto o estreito de Ormuz (porque os sistemas de transporte e distribuição têm tanta importância quanto os próprios campos de petróleo).
Constante presença militar na região.
Estímulo e apoio a guerra que o Iraque moveu contra o Irã.
A guerra do Golfo.
A guerra do Iraque.
O acesso ao petróleo do Oriente Médio é portanto uma questão de segurança crucial para os Estados Unidos, bem como para a economia global como um todo.
2. Como o poder norte-americano se expandiu
Imperialismo.
"Imperialismo capitalista" como uma fusão contraditória entre:
- A "política do Estado e do império" (imperialismo como projeto distitivamente político da parte de atores cujo poder se baseia no domínio de um território e numa capacidade de mobilizar recursos naturais e humanos desse território para fins políticos, econômicos e militares".
- as estratégias políticas, diplomáticas e militares invocadas e usadas por um Estado em sua luta por afirmar seus interesses e realizar suas metas.
- os "processos moleculares de acumulação do capital no espaço e no tempo" (o imperialismo como um processo político-econômico difuso no espaço e no tempo no qual o domínio e o uso do capital assumem a primazia).
- as maneiras pelas quais o fluxo de poder econômico atravessa e percorre um espaço continuo, na direção de entidades territoriais ou em afastamento delas mediante as práticas cotidianas da produção, da troca, do comércio, dos fluxos de capitais, das transferências monetárias, da migração do trabalho, da transferência de tecnologia, da especulação com moedas, dos fluxos de informação, dos impulsos culturais e assim por diante.
A lógica do território e a lógica do capital.
A relação entre essas duas lógicas deveria ser vista como problemática e muitas vezes contraditória (ou seja, dialética) em vez de cooperativa ou unilateral. Essa relação dialética cria o arcaboiço para uma análise do imperialismo capitalista em termos da interseção dessas duas lógicas diferentes mas interligadas. A dificuldade que afeta análises concretas de situações reais é manter os dois lados dessa dialética em movimento simultâneo, sem cair no modo de argumentação puramente político ou predominantemente econômico.
Nem sempre é fácil determinar a importância relativa dessas duas lógicas na geração da mudança social e política.
Em todo momento histórico-geográfico dado, uma ou outra dessas lógicas pode predominar.
A hegemonia
O poder político exercido mediante a liderança e o consentimento dos governados, em oposição ao poder político exercido na forma de domínio via coerção. Ou a combinação específica de coerção e consentimento inerentes ao exercício do poder político.
"A supremacia de uma nação pode manifestar-se de duas maneiras: como 'dominação' e como liderança moral e intelectual'.
O poder do hegemon (líder) é derivado de um equlibrio sempre instável entre coerção e consenso e se exprime por meio dele.
0 comentários:
Postar um comentário